Essa talvez se encaixe melhor na lista de felizes que na de infelizes coincidências, muito embora envolva também um falecido.
Gafieira universal, disco da Banda Black Rio mencionado no texto abaixo contou com um outro Barroso (além do campista José Carlos, Barrosinho): o Júlio (foto), jornalista e DJ carioca que na década de 1980 notabilizar-se-ia como líder e vocalista do grupo Gang 90 e as Absurdettes (quem não se lembra da canção "Perdidos na selva"?). Em Gafieira... a participação dele foi mais tímida: como jornalista, escreveu um pequeno texto sobre a Black Rio. Esse registro escrito –ao contrário de um outro, com explicações sobre o termo gafieira, mais didático e comportado, assinado pela banda e também publicado no disco em questão– já apresentava sintomas do estilo new wave explorado mais tarde por aquele que é considerado um dos "precursores" dos rock brasileiro da década de 1980. Confira:
A BANDA BLACK RIO é a fusão antropofágica do espírito funk / suado do subúrbio carioca / com a eletricidade dos corpos bronzeados das praias da zona sul.
Maravilha / Gafieira Universal / revivendo a dança da continuidade da tradição da Cultura Negra.
Exploração de Signos, Suingues, Rio 40 Graus.
A negada eletrônica da Senzala invade dolente a Casa Grande.
Segue o fluxo eterno da CIVILIZAÇÃO DOS TAMBORES.
Júlio Barroso
A coincidência infeliz está não apenas no fato de que Júlio é, como Barrosinho, falecido, mas também por ter morrido em 1984, no mesmo ano que Oberdan Magalhães, o fundador-mor da Black Rio.
Obs.: Ao produzir o texto abaixo, o responsável por este blog acabou esquecendo de mencionar uma das coincidências ora abordadas: a presença de dois ilustres Barroso no disco Gafieira universal. Talvez tenha sido melhor assim. Como ele já disse noutra ocasião, há leitores de blogs que evitam textos com mais de 10 linhas em tais veículos. Não é mesmo, Cristina?
Atualização (20:25): inserção da foto de Júlio Barroso.
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