quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
impressões
impressões (apresentação)
Parabéns!
Discurso do representante do GTCC na Audiência sobre o Pólo de Cinema
Por Carlos Alberto Bisogno
Boa tarde a todos. Gostaria que minhas primeiras palavras fossem de congratulações a esta casa que de forma admirável se abriu a esta discussão.
Sou Carlos Alberto Bisogno, sou Produtor, Diretor, Roteirista e Compositor musical cinematográfico e fui indicado para representar o pensamento de um pequeno, mas importante grupo que nasceu através de uma iniciativa da pró-reitoria de extensão da UENF e que tem trabalhado para ver desabrochar em nossa cidade a apreciação e produção de cinema, a forma artística que considero a mais completa, por conter em si, mesmo que subjugadas por uma linguagem própria: a literatura, a música, as artes cênicas e visuais. E sim, encontramos também a ciência manifesta nas tecnologias desenvolvidas e aplicadas.
Algumas áreas de pesquisa como a psicanálise, a iconografia e a semiótica têm discutido as possibilidades que o audiovisual instaura na criação de “imaginários coletivos” enquanto ferramenta capaz de construir valores, diversidades e conhecimentos.
O audiovisual enquanto mecanismo de representação do real, ao veicular pontos de vista, contribui para a manifestação da variedade de olhares. Aqui, creio ser importante lembrarmo-nos do conceito de perspectiva, que pode ser descrita como a arte de representar em uma superfície plana as coisas da maneira que as vemos. Assim sendo, as produções de imagens e sons, realizadas apoiando-se em determinada perspectiva, como é quando nos deparamos com uma produção fílmica, servem para fundamentar a importância, a meu ver, de se ter o cinema como prática de se lançar livres olhares, de ser livre e experimentar o mundo. É uma ferramenta que propicia a supressão de estereótipos e categorias redutoras que tanto limitam o pensamento humano e a prática da educação.
Com este intuito, promover a reflexão sobre inclusão e protagonismo social através da 7ª arte deve ser o objetivo de qualquer iniciativa que, de forma mais pragmática, vise estabelecer uma cultura audiovisual que é de extrema importância para um melhor desenvolvimento social e econômico de qualquer cidade ou pais.
Um Pólo de Cinema que está, desde o início, no horizonte de nossos sonhos, deve ter tal preocupação logo em sua criação, e estar sempre aberto ao incentivo às mais variadas formas de se fazer cinema, nunca limitar as infindáveis possibilidades de realização audiovisual.
Cabe também dizer aqui neste ponto que criar um Pólo de Cinema, não é como muitos imaginam, construir estúdios milionários, mais sim um conjuntos de mecanismos que viabilizem e incentivem a produção audiovisual. Um Pólo de Cinema não é uma instituição ou lugar como erroneamente insinua a expressão, é um projeto.
A cidade de Campos dos Goytacazes oferece ótimas condições climáticas, geográficas e urbanas para esse projeto e realizações cinematográficas: bons ventos, ótima iluminação natural, o fato de ser uma planície e estruturas arquitetônicas que podem ser utilizadas como ótimos cenários.
A região tem passado por transformações importantes nas últimas décadas e essas mudanças econômicas e políticas estão relacionadas com um processo mais geral de transformações que ainda tendem a se intensificar.
Portanto elaborando e incentivando projetos que busquem criar uma cultura, entre outras, de produção e consumo audiovisual em Campos, não se está incentivando apenas um projeto específico, mas sim o desenvolvimento de diversos setores da sociedade como a economia e a educação que devem e precisam acompanhar estas transformações.
A produção cinematográfica movimenta a economia onde ela se realiza, pois se utiliza do comércio e de serviços: serviços alimentícios locais, hospedagens, papelarias, confecções de figurinos, cenários, mão de obra necessária na composição de uma equipe, como eletricistas, costureiras, especialistas em equipamentos de segurança, entre tantos outros.
O cinema, imagem em movimento, vai muito além da sua superficial função de entretenimento, ele suscita pensamentos, propõem-nos modelos e comportamentos, condicionam de uma forma positiva ou negativa a nossa atitude e concepção do mundo. É deste fenômeno tão abrangente que tratamos.
A nossa sociedade se baseia na transmissão de conhecimentos e valores e para aplicá-los na vida e, desta forma, passar a mensagem às gerações futuras. Este fenômeno social, político, artístico que é o cinema e o audiovisual não pode se negado a ninguém.
É, portanto, difícil que, para quem acredita na formação de indivíduos cidadãos através da valorização da cultura, aceitar que o cinema não esteja presente na realidade de um determinado grupo social. Indivíduos, de qualquer classe social, devem ser incentivados, informados, para que sejam consumidores desta linguagem midiática e suas possibilidades artístico-expressivas.
Espera-se por parte das entidades de ensino e governamentais, uma tomada de posição objetiva na defesa dos valores em que se prezem a liberdade de expressão e a liberdade de consumo da arte. O Homem enquanto ser criativo, expressivo, sensível e equilibrado, não pode ser afastado/alijado do entendimento do cinema. O cinema não deve ser um produto formatado pela televisão – esta mídia é maior que a mídia televisa, não só em tamanho, mas em qualidade visual, intelectual e artística.
Temos todos sonhado com o desenvolvimento sustentado da nossa cidade. Desenvolvimento que signifique prosperidade para todos, que signifique oportunidades iguais para todos. Que signifique a inclusão de todos. Um sonho simples. Um sonho claro. Um sonho que deve ser um compromisso. Compromisso que, se firmado, pode ser tornar realidade.
Obrigado!
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
A responsabilidade de Rogério Matoso
Convite
ROGÉRIO FERNANDES RIBEIRO GOMES
CONVITE
Campos dos Goytacazes, 09 de novembro de 2009.
Senhor(a),
A Câmara Municipal de Campos, através do Vice Presidente Rogério Matoso, vem convidar para “Audiência Pública” que visa vai traçar estratégias para fortalecer as ações da política municipal de cultura e da sedimentação de um Pólo de Cinema em Campos. A sessão especial vai ser realizada no dia 10(dez) de dezembro a partir das 17 horas no Plenário Álvaro Vidal na Câmara Municipal de Campos.
Rogério Fernandes Ribeiro Gomes
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Desabafo
falando nisso
conforme anunciado aqui
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
falando nisso
"Verdadeira" semana do samba com Lene Moraes em dose dupla
Explica-se.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Para dar samba...
Segundo dia da "verdadeira" semana do samba
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Primeiro dia da "verdadeira" semana do samba
Já o show do Galocantô, também de graça, mas infelizmente só para convidados, ocorre no Teatro do SESI (Av. Deputado Bartolomeu Lysandro, 862, Guarus), ambiente bem distinto do que o conjunto está na foto acima, às 20 horas.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A verdadeira semana do samba
domingo, 29 de novembro de 2009
bairrismo (meio às avessas)
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Ainda sobre a greve: mas a dos funcionários da empresa de ônibus Tamandaré
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
E porque hoje é segunda-feira...
Com um currículo de dar inveja em muita gente, Dino já tocou e/ou gravou com figuras como Guinga, Arthur Maia, Ithamara Koorax, Ednardo e Leo Galdeman (apenas para citar alguns dos mais conhecidos). No show de hoje, de lançamento de seu segundo CD, Dino estará acompanhado da Banda Bossa Jazz: Dalton Freire (sax e flauta), Magno Filho (trompete), Márcio Leal (teclado), Ivan Noronha (violão), Vitor Vieira (bateria) e Ethmar Filho (violão).
O projeto conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Teatro Municipal Trianon e da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. E o melhor de tudo: a entrada é gratuita!
Depois de alguns dias sem internet...
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Porque o show tem que continuar!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Uma cadeia para Ilsan Vianna
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
A favor do "Monitor"!
Culminância da "semana do samba"
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Mais samba (acompanhado de jongo)
O convite abaixo foi enviado pela unimúltipla Aucilene Freitas:
SAMBA, CERVEJA GELADA, UM CHURRASQUINHO MANEIRO, UM PAPO CABEÇA (ou não), SAMBA ATÉ CANSAR... JONGO E AMIGOS, MUITOS AMIGOS!!!
Não é nada d´Ilsan que você está pensando...
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Retificando
Ilustre desconhecido ilustre na "Noite do vinil"
terça-feira, 10 de novembro de 2009
help!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
frase
Joel Mello, na aula desta noite na Academia Campista de Letras
domingo, 8 de novembro de 2009
vale dizer
conforme anunciado aqui
sábado, 7 de novembro de 2009
Enguiço
Obras do aeroporto de Farol de São Tomé sob embargo judicial?
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
o que talvez não digam sobre
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
bairrismo (meio às avessas)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
conforme anunciado aqui
Fênix?
Talvez pelo fato de 02/09 ter caído num domingo (e não num dia de semana) no ano passado, este Soprador de Vidro –meio supersticioso, é preciso confessar– não notou bem a gravidade de fazer nascer em tão aziaga data seu moribundo canal de expressão virtual. Sobretudo porque há muito não visita o Cemitério do Caju em Finados –coisa que fez até a adolescência.
Muito provavelmente esse textículo não é exatamente uma forma de retornar em grande estilo, como este escriba havia programado (e anunciado –confira), a despeito da pretensão de imprimir a tal gesto o de uma criatura mitológica como a fênix.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Mais uma praça que Campos perderá?
terça-feira, 15 de setembro de 2009
bairrismo
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Do CEJOPA
Professores do CEJOPA disse...
Caros blogueiros, Nós, professores do Colégio Estadual José do Patrocínio(CEJOPA), após reunião realizada no dia 09/09/2009, às 10h, nas dependências desta unidade de ensino, decidimos paralisar as atividades na instituição em repúdio às agressões sofridas por profissionais da educação na última terça-feira. A manifestação realizada em frente ao prédio da ALERJ, no Rio de Janeiro, contra o descaso das autoridades em relação à categoria foi reprimida violentamente, deixando 11 professores feridos. A decisão sobre a paralisação nesta unidade foi tomada pela maioria presente na reunião, e todos os professores se dirigiram às salas de aula com o objetivo de comunicar aos alunos sobre a posição adotada. Buscamos ainda conscientizá-los a respeito do comprometimento de todos, docentes e discentes, na luta por uma educação responsável e de qualidade. Finalmente, estaremos reunidos amanhã, 11/09, às 7h30min, a fim de apurarmos os resultados deste ato, reafirmando uma posição de alerta contra todas as atitudes que ameacem a construção de um projeto de sociedade livre, justa, ou que não considerem a educação como princípio básico.
10 de Setembro de 2009 12:19
Rede de intrigas? 2
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Inovação?
Rede de intrigas?
Uma figura de grande importância no processo eleitoral municipal de Campos em 2008 perguntou ontem a este que vos escreve se ele sabia de uma reaproximação entre Arnaldo Vianna e Anthony Garotinho. O que motivou a pergunta foi a idéia de que este blogueiro diletante é pessoa muito informada. Que honra! Quem dera!
A figura em questão ainda disse que, poucos minutos antes de falar com este Soprador de Vidro, já havia ouvido de três pessoas a mesma (ou mais ou menos a mesma) estória. E especulou –não exatamente com as palavras a seguir– que, em se tratando de boato, deveria ser coisa de "Little Boy". Segundo ela, a suposta divulgação de uma reaproximação entre os dois nomes e –pelo que entendeu este escriba– a negação de tudo queimaria mais o filme de Arnaldo que o de Garotinho.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Caiu na rede –e não é peixe
Aprovada!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
"Só se não for brasileiro nessa hora"
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Toquinho na "Noite do vinil"
terça-feira, 14 de julho de 2009
o que talvez não tenham dito ainda sobre
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Concorrência: o leitor decide
O Lord Pub fica entre a Avenida 28 de Março e a Rua do Ouvidor.
terça-feira, 30 de junho de 2009
programas
OS VIZINHOS INVADIRAM A CIDADE!!!!!!
Infelizmente, venho informar que nesta quinta-feira não faremos o nosso tradicional samba na Morada do Samba.
O vizinho não gostou e acabou com nosso samba, lá.
Mas, daremos continuidade na próxima semana na quadra do bloco de samba PSICODÉLICOS.
O lugar, pra quem não conhece, é muito legal, tem como presidente uma linda mulata passista "Beatriz", combina com o nosso samba e NÃO TEM VIZINHOS anti-samba.
Vou divulgar horário e o dia (quinta ou sexta) em breve.
QUINTA OU SEXTA? O QUE ACHAM??
"Samba, agoniza mais não morre" (Nelson Sargento)
Tamojunto, meu povo. Não vamos deixar a chama apagar.
"A chama não se apagou, nem se apagará..." (Candeia)
Mas, sábado a roda de samba estará no Sesc, 15h. Todos os sábados de julho.
SIMBORA SAMBAR MEU POVO!!!!!!!
domingo, 28 de junho de 2009
(Id)entidade virtual?
sexta-feira, 26 de junho de 2009
bairrismo
quinta-feira, 25 de junho de 2009
bairrismo
lembrando
É hoje!
Ao contrário do que se programou aqui, numa outra nota em que se divulgou o lançamento do professor e historiador Márcio de Sousa Soares (confira), não foi possível tecer maiores comentários sobre a obra e o autor. Mas fica a dica do convite enviado pela professora e historiadora Sylvia Paes para o evento desta noite, ao qual, por motivos profissionais, este Soprador de Vidro talvez não possa comparecer. Ossos de um ofício bem menos nobre que o de pesquisador, tão bem desempenhado por Márcio.
P.S. (14:55): Jéssica Carvalho, se você for, mande notícias para este humilde proletário!
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Para quem fica ou não de Chico
terça-feira, 23 de junho de 2009
Muito tempo depois...
"Pudim ganha por unanimidade no TSE
Por unanimidade, os ministros do TSE rejeitaram o um recurso do Ministério Público Eleitoral contra o deputado Geraldo Pudim."
Leia mais aqui.
sopro
Pensamento de um desocupado levemente reformulado.
Mensagem subliminar
A foto, de Paulo Araújo/Agência O Dia, foi capturada da Folha da Manhã on line.
Atualização (18:38): inserção de crédito da imagem.
domingo, 21 de junho de 2009
De uma outra "Folha": será que ajuda?
ESPECIAL PARA A FOLHA
Muito da discussão se deve a uma confusão entre poder e autoridade. Na academia, o que conta é autoridade. Ter autoridade não é mandar. "Auctoritas" é algo difuso. Vem do latim "augere" -crescer, desenvolver, animar, embelezar-, que, por sinal, também dá "augusto". Expressa um sentido moral, um respeito à qualidade. Passa pelo reconhecimento do mérito no pensar, no criar. Na democracia, o poder vem da eleição. Mas nem voto nem nomeação dão autoridade.
Dentro da academia, um poder sem autoridade é vazio. Uma universidade ou um departamento chefiados por quem não tem autoridade acadêmica perde em respeito.
Povo USP
Assim, primeiro ponto: uma universidade deve ter qualidade. Esse é o seu diferencial específico. Deve formar bons alunos, mas, se tiver ambição de liderança, deve formar doutores muito bons e fazer pesquisa entre boa e ótima. Isso a USP faz. Segundo: "democracia", o poder do povo, exige uma pergunta. O que é o povo? Há um "povo USP", composto de seus docentes, funcionários e alunos, que teria o direito ético de eleger a direção da universidade? Não. O povo que existe é o paulista, que sustenta a USP. Os servidores, docentes ou não, que ele paga, e os alunos, que recebem de graça um ensino muito bom, não são um povo.
Ninguém de nós cogitaria que a direção das secretarias de Estado fosse eleita por seus funcionários, ou a dos hospitais pelos seus servidores. Mas, se o reitor da USP fosse nomeado (e demitido) pelo governador como um secretário de Estado, seria um desastre.
A autonomia é necessária -justamente, porque a universidade se distingue por sua qualidade. Sou contra a "meritocracia". Numa democracia, o poder ("kratos") é do povo. Ter poder implica definir metas para o governo. A universidade é um meio excelente para certos fins que nossa sociedade consensuou democraticamente: formação de profissionais (na graduação) e, nas melhores instituições, formação de pesquisadores e avanço na pesquisa.
Sendo um meio, a universidade tem de ser muito boa. Daí que nela deva contar não o poder, mas a autoridade. O governador recebe poder do povo. Já a autonomia da universidade decorre de sua autoridade. Isso a deve afastar dos confrontos partidários -cujo lugar correto está na disputa pelo poder político. A pesquisa pós-graduada constitui o segredo interno da boa universidade. Ninguém sabe disso fora dela. Quando a imprensa ou os políticos se debruçam sobre as universidades, quando discutem vestibular ou cotas, pensam na graduação.
Mas o que distingue uma universidade em segundo grau -isto é, aquela que forma quadros para serem criadas e desenvolvidas outras instituições de ensino superior, fazendo o que chamamos de "nucleação" (isto é, formar núcleos de bons docentes)- é sua pujança na pós-graduação. E isso porque, no Brasil, à diferença dos EUA, quase toda a pesquisa, inclusive parte da tecnológica, se faz nas universidades. Mas quem é o sujeito da autonomia, quem -dentro da universidade- detém legitimidade para, em nome dela ("autos"), dar-lhe suas regras, suas leis (o "nomos")? Aqui está o problema.
Neste ano, teremos a sexta eleição para reitor por regras que fazem com que, depois de um primeiro turno em que votam mais de 1.200 membros das congregações e conselhos, o nome se defina num segundo turno restrito aos 256 membros dos conselhos centrais. Das cinco eleições realizadas desde 1989, só numa venceu um candidato de oposição ao reitor. Milhares de docentes doutores nem sequer votam no primeiro turno, e o segundo turno é próximo demais do poder. Isso não é bom. Afasta o reitor da comunidade.
Tal situação favorece a greve de (quase) todo outono e a reivindicação, que não tem apoio da maioria acadêmica, por eleições diretas. Por que digo que não tem apoio? Porque em nenhuma escolha depois de 1985 houve um candidato sequer que fosse à consulta direta. Todos aceitaram as regras do jogo. Mas ficou uma distância entre o reitor e sua comunidade, que o enfraquece.
Outro sistema
Na comunidade acadêmica, muitos não aceitam eleições diretas. Vários bons pesquisadores prefeririam um sistema que funciona bem, fora da América Latina: o do comitê de busca que entrevista os selecionados e, em razão de seu currículo e de seus projetos, escolhe o reitor. Mas não creio que esse sistema funcione aqui, porque contraria as tradições construídas nas últimas décadas e que tendem à eleição. Nosso sistema foi testado, está superado e defendo sua mudança para o futuro. Mudá-lo a quatro meses das eleições seria ilegítimo. Mas ele precisa ser ampliado.
Concluindo: primeiro, toda e qualquer mudança na direção da universidade só terá valor se aumentar, e não diminuir, a qualidade da pesquisa científica que fazemos. É por isso que muitos se opõem à eleição direta, na qual veem a subordinação da qualidade a questões políticas, a redução da autoridade ao poder. Segundo, precisa aumentar sensivelmente o colégio que escolhe o reitor. Pessoalmente, defendo que um colégio mais amplo -que inclua os membros dos conselhos departamentais e das comissões estatutárias nas faculdades- vote no primeiro turno; que o segundo turno também se amplie, talvez com o mesmo colégio; e que se negocie com o governador a substituição da lista tríplice por uma representação da sociedade no colégio eleitoral, de modo que a eleição do reitor se complete pelo voto.
Há, sem dúvida, outras propostas de ampliação. Mas qualquer mudança na eleição só tem sentido se for para aumentar a legitimidade do reitor -fazê-lo mais representativo, sim, mas lhe dar maior "auctoritas". Na USP, a autoridade foi para os líderes de bons grupos de pesquisa. A reitoria precisa recuperar a liderança, mas esta não é questão de poder, e, sim, de qualidade.
RENATO JANINE RIBEIRO é professor titular de ética e filosofia política na USP e foi diretor de avaliação da Capes entre 2004 e 2008. É autor de "O Afeto Autoritário" (ed. Ateliê).
sexta-feira, 12 de junho de 2009
para anotar na agenda
Até a véspera do lançamento, talvez sejam publicados mais detalhes sobre a obra neste blog. Mas, desde já, vale lembrar que o autor do livro, Márcio Soares, é dos mais competentes pesquisadores. Não bastasse a contribuição dele à História do Brasil, trata-se de mais um item que enriquecerá as bibliotecas dos apaixonados por Campos dos Goytacazes. Ou seria Goitacases?