segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Cá e lá

O assunto já está meio velho, mas o blogueiro vai se orientar pelo espírito do último texto publicado aqui: para alguém atrasado em relação às notícias, resta inventar retrospectivas.
Na semana passada, o ato de Rosinha de entregar o diploma de prefeita eleita, que recebeu da juíza Marcia Alves Succi, ao marido Anthony Garotinho foi comentado ad nauseam e com intenções distintas em veículos da imprensa local. Mas não foi só a mulher do ex-governador que resolveu adotar tal prática. Para quem ainda não tomou conhecimento de um caso similar, ocorrido na capital do Estado, talvez valha registrar uma nota sobre o assunto, publicada pelo colunista Fernando Molica no jornal O Dia de sábado:
"MEU GAROTO
Eduardo Paes interrompeu uma reunião de Cabral com deputados do PSB para mostrar o diploma de prefeito. Por falar nisso: o governador anda meio preocupado com a ansiedade de Paes. Tem recomendado um pouco mais de calma ao afilhado."
Caberia lembrar que Eduardo Paes se projetou na vida política como apadrinhado de César Maia, que disputou com Garotinho a eleição de 1998 para governo do Estado? Que, naquela época, Sérgio Cabral, futuro aliado (e hoje desafeto) de Garotinho, era adversário do atual presidente estadual do PMDB? Que Cabral venceu as eleições para governador com o apoio do casal Garotinho, tendo Paes como concorrente no primeiro turno e como aliado no segundo?
Considerando que muitos campistas conhecem razoavelmente a história política local dos últimos anos e/ou que ela vem sendo bem recapitulada em periódicos desta planície, este Soprador de Vidro entende que, ao menos a princípio, não precisa abordá-la. Mas comentários, cada vez mais raros por aqui, são sempre bem-vindos.

Um comentário:

xacal disse...

Ou seja Gustavo...

tanto a capital como nosso pântano local reproduzem uma forma parecida de fazer política:

1-baseada em interesses dos "capas pretas", em detrimento dos projetos coletivos

2-o que leva a essa eterna ciranda de rompe-reata-rompe-reata, que joga adversários e aliados de um lado para o outro, com cenas bizarras de juras de amor eterno e submissão, seguidas de ofensas e pragas inenarráveis...

O gesto de paes e o da prefeita é a expressão mais visível dessa maneira nefasta de "gerenciar" o capital político:

na hora de escolher um "sucessor", leva a indicação do chefe o mais fiel, submisso e obediente...mesmo que não demonstre capacidade alguma para responder por suas responsabilidades...

até porque na hora do "retorno" dos chefes (em caso de necessidade, como aconteceu aqui)fica mais fácil romper e difamar um "ex-amigo" fraco e sem autonomia para ameaçar o feudo do "chefe"...