Grande decepção atingiu este Soprador de Vidro depois que ele leu um trecho de uma matéria de Alexandre Bastos, publicada no jornal Folha da Manhã de sábado ("Ilsan tenta reverter a decisão") e soube o que fará a vereadora sem cadeira na Câmara Municipal de Campos. O golpe foi tão grande que este escriba entrou em depressão no final de semana, chegando a pensar em abandonar seu blog, que, sabem os poucos leitores do veículo, de resto, talvez nunca tenha merecido mesmo a devida atenção do editor. Num boxe de tal matéria ("Disputa pela cadeira –Ilsan: 'O povo sabe quem está por trás'") consta que "Em entrevista ao blog Opiniões [abrigado na versão on-line do periódico], Ilsan Viana [sic] explicou que gostaria de deixar o embate para o campo jurídico, endossando a argumentação de seus advogados".
Logo a trabalhista Ilsan!!!
Será que ela não se lembra –não necessariamente por ter vivido a época, pois ainda é muito nova– da Cadeia da Legalidade?
Organizada por Leonel de Moura Brizola, fundador do PDT, partido pelo qual a vereadora sem cadeira obteve vitória nas urnas no ano passado, tal campanha representou uma resistência comandada pelo velho caudilho a militares e conservadores que, em 1961, pretendiam impedir a posse do vice-presidente do Brasil João Goulart, o popular Jango, após a renúncia do presidente eleito com ele, Jânio Quadros.
A despeito de ser mui conservador, como já disse num textículo publicado aqui ("Não é nada d' Ilsan que você está pensando..."), este escriba entende que a posição de Ilsan, de buscar o que lhe é de direito apenas no campo jurídico, não condiz com a brava história de batalhas dela na seara do trabalhismo pedetista no qual a ingressou por conta de seu ex-marido Arnaldo Vianna, um indefectível brizolista!!!
Deveria então Ilsan Vianna convocar todos aqueles que deram a ela mais de 7.000 (sete mil votos!) a irem às ruas para cobrarem o que pertence a todos eles, mais que a ela. Essa história de recorrer à Justiça, deixando de lado a luta política pouco tem a ver com a tradição de Brizola!
Este Soprador de Vidro tem certeza de que, caso a eleita injustiçada fizesse tal convocação, iria se surpreender, pois contaria com a adesão pelo menos do dobro do número de eleitores que a escolheram como representante-mor do povo na Câmara. Isso porque, a considerar a avalanche de denúncias de captação ilícita de sufrágios no pleito de 2008 em Campos dos Goytacazes (algumas das quais investigadas pela Polícia Federal), muitos dos eleitores do município podem ter sido coagidos a votarem em outros candidatos a vereadores –algo que, se aconteceu mesmo, garantiu, certamente, como uma espécie de castigo divino, a derrota de todos os beneficiados. Afinal, a Câmara Municipal de Campos conta hoje com o melhor de seus quadros em muitos anos. Mas, como é muito grande o número de governistas, é necessária a presença de uma oposição coerente e conscientemente forte, coisa que só Ilsan conseguiria arregimentar. À luta, Ilsan! Pode usar esta idéia aqui apresentada: ela não pertence ao responsável por este blog; é apenas a recuperação de uma luta travada pelo velho caudilho!
Cadeia (legalista) neles, Ilsan!
2 comentários:
Bela argumentação!!! Mas da mesma forma que ela teria o dobro, poderia também não ter mais do que a metade do número de eleitores...mas como vc frisou bem, muitos foram coagidos e quem sabe desta forma, ela juntamente com o seu ex-marido, conseguem "coagir" um número maior e expressivo de eleitores, já que o seu ex-marido teve mais de 100 mil votos...quem sabe?
Alex,
O que você entendeu como afirmações minhas apresentei apenas como possibilidades (e não certezas). Quiçá possibilidades remotas. Parece-me que é o que consta neste trecho:
"...muitos dos eleitores do município podem ter sido coagidos a votarem em outros candidatos a vereadores –algo que, se aconteceu mesmo, garantiu, certamente, como uma espécie de castigo divino, a derrota de todos os beneficiados."
Eu não disse que ninguém foi coagido, mas que PODE TER SIDO... E não na minha opinião, mas com base em denúncias que vêm sendo investigadas.
Com todo respeito:
não ponha no meu texto o que não está e nem forçando a leitura dele poderia estar;
considerando todo o seu comentário, parece que você não entendeu minhas intenções.
Ou não.
De qualquer forma, talvez estejamos quites, porque também não entendi o motivo de você ter usado o verbo coagir entre aspas. Rs.
Abraços.
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